Por Michael Hellmann, 11 anos.
Louis Gaston Adrien de Ségur (Paris, 15 de abril de 1820 – Paris, 9 de junho de 1881) foi um bispo francês. Gaston de Ségur era filho da Condessa de Ségur, afamada escritora de livros infantis. Ao retornar a Paris, após ser enviado para a Embaixada Francesa, ingressou no Seminário de Santo Sulpício, sendo ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1847. Dedicou-se à evangelização de crianças, pobres e soldados prisioneiros de guerra.
Obras:
- (1851) Réponses courtes et familières aux objections les plus répandues contre la religion.
- (1855) Quelques mots sur Rome, adressés aux soldats de l’armée d’occupation.
- (1856) Qu’est-ce que Jésus-Christ? Considérations familières sur la personne, la vie et le mystère du Christ.
- (1856) Jésus-Christ? Considérations familières sur la personne, la vie et le mystère du Christ.
- (1857) Petite dissertation sur la lampe du Saint-Sacrement.
- (1857) La Religion enseignée aux petits enfants.
- (1858) Causeries familières sur le protestantisme d’aujourd’hui.
- (1858) Prie-Dieu pour l’adoration du Saint-Sacrement.
- (1860) Le Pape, questions à l’ordre du jour.
- (1860) La Très sainte communion.
- (1861) Y a-t-il un Dieu qui s’occupe de nous.
- (1861) La Passion de N.-S. Jésus-Christ.
- (1861) La Révolution.
- (1861) Le Denier de Saint Pierre.
- (1861) L’Eglise.
- (1862) Divinité de N.S. Jésus-Christ, ou Jésus-Christ est-il un Dieu?
- (1862) La Confession.
- (1862) Les Pâques.
- (1863) Le Souverain Pontife.
- (1864) Aux enfants. Conseils pratiques sur la confession.
- (1864) Aux enfants. Conseils pratiques sur la communion.
- (1864) Questions à l’ordre du jour. La Divinité de Jésus-Christ.
- (1864) Instructions familières et lectures du soir sur toutes les vérités de la religion.
- (1864–66) La Pitié et la vie intérieure, par Mgr de Ségur.
- (1865) Aux enfants. Conseils pratiques sur les tentations et le péché.
- (1865) Aux enfants. L’enfant Jésus.
- (1865) Aux enfants. Conseils pratiques sur la prière.
- (1865) Aux enfants. Conseils pratiques sur la piété.
- (1865) A tous les gens de bonne foi. Les objections populaires contre l’Encyclique.
- (1865) Grosses vérités.
- (1866) Au soldat en temps de guerre.
- (1866) La piété enseignée aux enfants.
- (1866) La présence réelle.
- (1867) Aux étudiants et à tous les gens d’esprit. La Foi devant la science moderne.
- (1867) Les Francs-maçons, ce qu’ils sont, ce qu’ils font, ce qu’ils veulent.
- (1867) La Sainte Vierge. Lectures pieuses pour les réunions du mois de Marie, par Mgr de Ségur.
- (1868) Les Volontaires de la Prière.
- (1868) Le Tiers-ordre de Saint-François.
- (1869) Le Concile.
- (1869) Les Saints Mystères, explications familières des cérémonies de la Messe.
- (1869) La Grande question du jour. La liberté.
- (1870) Aux enfants. Une petite sainte de neuf ans.
- (1870) Aux enfants chrétiens. Mois de Marie.
- (1870) Le Pape est infaillible. Opuscule populaire.
- (1871) De la Liberté religieuse pour nos soldats.
- (1871) A ceux qui souffrent.
- (1871) Prêtres et Nobles.
- (1871) Les volontaires de la prière.
- (1871) Les Merveilles de Lourdes.
- (1871) Vive le Roi!
- (1871) Lettre de Mgr de Ségur à M. Louis Veuillot.
- (1872) Pie IX et ses noces d’or.
- (1872) Aux apprentis, avis et conseils.
- (1872) Le Sacré-Cœur de Jésus. Mois du Sacré-Coeur.
- (1872) Le Dogme de l’infaillibilité.
- (1873) Aux pères et mères. L’École sans Dieu.
- (1874) Le Bon combat de la foi.
- (1874) Hommage aux jeunes catholiques libéraux.
- (1874) La France au pied du Saint-Sacrement.
- (1875) Le Cordon de Saint François.
- (1875) La lampe du Saint-Sacrement.
- (1875) A tous les braves gens. Les ennemis des curés, ce qu’ils sont, ce qu’ils disent.
- (1875) Ma mère souvenir de sa vie et de sa sainte mort.
- (1875) Le Cordon séraphique. Ses merveilleuses richesses.
- (1875) Je crois.
- (1875–6) Le jeune ouvrier chrétien, petites directions spirituelles à l’usage des jeunes gens.
- (1876) L’Enfer. S’il y en a un.
- (1876) Les Merveilles de Sainte-Anne d’Auray.
- (1877) Venez tous à moi.
- (1877) Tous les huit jours.
- (1877) Le Séraphique Saint-François, merveilles de sa vie.
- (1882) Cent cinquante beaux Miracles de Notre-Dame de Lourdes.
- (1882) Journal d’un voyage en Italie.
- (1895) Aux Infirmes et aux affligés.
Em seu opúsculo intitulado “A Revolução”, Monsenhor de Ségur nos alerta sobre a escorregadia natureza da Revolução e sua terrificante obra. Nesse livro, o autor explica o papel das lojas maçônicas e expõe as perversidades dos princípios revolucionários. Ele também nos mostra que a Revolução nasceu no pecado de Lúcifer, imitado pelos nossos primeiros pais, e transmitido até nós pela “cidade de Caim”(1)
A Revolução não foi aquela que, há 220 anos, gerou progresso na tecnologia e a que devemos todo o nosso bem-estar atual. Também não foi o grande abalo que a Europa sofreu em 1789. Mas, então, o que é a Revolução? O autor esclarece que há três grandes objetivos na Revolução:
I. A destruição da Igreja.
II. A destruição dos tronos e da autoridade política legítima.
III. A destruição da sociedade.
Monsenhor de Ségur mostra que A Igreja e a Revolução são inconciliáveis porque, a primeira proclama os direitos de Deus como o princípio da moralidade humana e salvação das sociedades e, a última, proclama apenas os direitos do homem. Os revolucionários são explícitos: “A Revolução, não é possível senão por uma condição: a queda do papado.” (2) “É necessário que o catolicismo sucumba. Sem tréguas contra o injusto! Não se trata apenas de refutar o papismo, mas de extirpá-lo. Não apenas extirpá-lo, mas desonrá-lo. Não somente desonrá-lo, mas afogá-lo na lama.”(3). Voltaire (4): “trucidemos a Infame!”. E Lutero: “lavemos nossas mãos no seu sangue”. (SÉGUR, 2017, pg. 41)
Na visão dos revolucionários, para que a Revolução atinja seus objetivos, são justificáveis todos os meios, todos os tipos de artimanhas, violências e crueldades.
A Providência permitiu que vários documentos dessa conspiração revolucionária caíssem nas mãos da polícia romana. Eles provam que:
I. “Que ela tem um plano de ataque geral e organizado.
II. Que para reinar deve corromper, e corromper sistematicamente.
III. Que se aplica sobretudo à juventude e ao clero.
IV. Que suas armas são reconhecidamente a calúnia e a mentira.
V. Que franco-maçonaria é seu noviciado mais preparatório.
VI. Que busca filiar se aos próprios príncipes desejando-lhes destruir.
VII. Enfim, que o protestantismo é para eles um poderoso auxiliar.” (p. 45)
A imprensa seria uma poderosa invenção com capacidade servir igualmente, ao bem e ao mal. No entanto, esta teria sido usada mais para o mal do que para o bem. Segundo Monsenhor de Ségur “a imprensa é, nas mãos da Revolução, um grande aparelho para adestrar homens”. (p. 63)
Em 1799, após ter destruído a fé na França, a Assembleia Constituinte publicou a conhecida declaração dos direitos do homem e do cidadão, a que deveríamos nomear “supressão dos direitos de Deus”.
Os católicos corrompidos pelo modernismo, no objetivo de conciliar a Igreja com a sociedade moderna, procuraram mostrar que esta declaração não era oposta e antagônica à Igreja e à fé. Infelizmente revelam sua verdadeira identidade: a Revolução Anticristã proclama para si os princípios, e lhe confere a glória de suas qualidades; os revolucionários não param de invocá-las contra a Igreja. Eis aqui algumas aplicações práticas desses princípios:
1. A indiferença religiosa.
2. A fé posta em xeque pelo jornalismo.
3. Prevalecimento da civilização material.
4. Destruição quase completa do respeito às autoridades.
5. Ataque à constituição cristã da família.
6. Educação e ensino da juventude reservado aos laicos e ateus.
7. Supressão das instituições católicas mais sagradas.
8. Temor a tudo que vem de Roma, recompensa a tudo o que resiste a Roma.
9. Perversão da opinião pública.
10. Destituição do direito de propriedade à Igreja. (p. 109-110)
Ao analisarmos a declaração revolucionária dos “direitos do Homem”, percebemos que é, em resumo, uma declaração da deificação do Homem.
Uma vez esclarecida a questão dos princípios de 1789, voltemo-nos para um outro ponto importante. Todos nós pertencemos a três sociedades (5) distintas: família, Igreja e Estado. A família é submissa ao Estado, e este à Igreja. Um pai não pode ordenar nada que seja contra a lei, do mesmo modo que não pode ordenar nada que seja contra o poder religioso de Cristo e seu Vigário. Toda forma de governo, seja monárquica, republicana, etc., que se insurge contra a ordem Divina, é revolucionária; se a respeita, não é.
A liberdade e a igualdade, quando analisadas isoladamente, são palavras Cristãs, a que o gênio do mal – A Revolução – abusa de todas as maneiras. Pode se entender de três formas a liberdade e a igualdade:
Liberdade | Igualdade |
A liberdade de fazer o bem com menos obstáculos possíveis. | A igualdade cristã. |
A liberdade de fazer o bem e o mal com a mesma facilidade. | A igualdade liberal de 1789. |
A liberdade de fazer o mal obstaculizando o bem. | A igualdade revolucionária de 1793. |
A sociedade torna-se revolucionária deixando de reprimir as revoltas. Ela deixa de ser revolucionária convertendo-se. É esta a mensagem que, como católicos, devemos propagar, incentivando a humanidade a converter-se. Como nos lembra Monsenhor de Ségur, não percamos a coragem, pois a Igreja é a história das impossibilidades vencidas. ET NIHIL IMPOSSIBILE ERIT VOBIS.
Nos dias de hoje, a Revolução continua a propagar suas ideias nefastas usando todos os meios possíveis para promover a corrupção das almas. Por isso a busca incessante pela Verdade deve ser um dever contínuo de todo Católico. Devemos conhecer em profundidade a História Cristã, o que nos ensina a Doutrina Católica, a imitar vivamente as Virtudes de Cristo. Recomendo vivamente este livro a todos os católicos para que compreendam o mundo de hoje e firmem ainda mais sua fé.
AMÉM.
Referência Bibliográfica:
SÉGUR, Monsenhor de. A Revolução Explicada aos Jovens. São Paulo: Castela Editorial, 2017.
Notas de fim:
1 – Desesperado da salvação, não aspirando mais pela cidade celeste, Caim – antes de descer ao inferno – quisera para si uma cidade sobre a terra. Dele, diz a Escritura: “Construiu uma cidade” (Gn 4, 17.). Abel, seu irmão, nada construíra, mas pertencia àquela cujo fundador é o mesmo Deus. A Escritura e a tradição chamam às duas cidades Babilônia e Jerusalém. Babilônia significa confusão, Jerusalém visão da paz. A Jerusalém mística começa por Abel; a Babilônia mística, por Caim. Santo Agostinho é o que adverte isso, e acrescenta: “As construções materiais só começariam mais tarde: as duas cidades foram fundadas naquele tempo para serem a radiosa figura das duas cidades principiadas mais atrás, e que devem durar até ao fim para enfim serem separadas”. (Sl 64). Fonte: https://permanencia.org.br/drupal/node/554
2 – Carbonária: Sociedade secreta, de caráter liberal.
3 – Edgard Quinet (17 de fevereiro de 1803-27 de março de 1875) foi um historiador e intelectual francês.
4 – François-Marie Arouet, mais conhecido por Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1694 — Paris, 30 de maio de), foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês.
5 – Reunião dos indivíduos unidos pelo liame de uma obediência comum.