O Programa de Composição Clássica tem por objetivo o domínio da linguagem: entendimento profundo da leitura e o desenvolvimento gracioso da escrita. As composições a seguir são frutos dos exercícios propostos no Programa de Composição Clássica Ano I e Ano II:
O lápis
Ei-lo, entre dedos a escrever: odes, poemas… Ele baila como pavão! O sibilo de seus lábios firmes pode chegar ao infinito! Na tocante beleza de seus dizeres, Hércules consegue ouvir o que Perseu diz nas profundezas do Hades! Oh, sublime instrumento, sem ti seria eu como uma ponte quebrada…
E ele vai… Correndo sem parar… Como o lobo, que uiva na solidão, como o vento, que uiva no meio da escuridão… Como o mar, que arrebenta contra as pedras… Sem ele, a humanidade seria um corpo sem alma…! Ele contorna gracioso os passos do homem, sobe, desce, assustando a criatura desinstruída…
Se Deus pudesse, certamente escreveria para nós…!
(Clara, 9 anos.)
Observe a elegância, o bom gosto, as figuras de linguagem imaginativas, a sonoridade magnífica do texto “A música” escrito por uma jovem estudante do Programa de Composição Clássica Ano II:
A música
Como água que leva embora as impurezas, como pássaro a voar livre nos céus; é assim que, nas reflexões mais íntimas, a música se apresenta aos ouvidos atentos.
A bailarina que em seus movimentos a espelha e o músico que a sente em seus dedos exultam a sua doce existência, como se dela dependesse o bater do próprio coração.
Como tudo que é belo neste mundo, sois manancial da esperança; com suas notas formosas a dançar pelo ar, hipnotiza todos que nela buscam refúgio.
Ó, arte divina! A mãe que com ternura nina a criança modula suavemente vossas notas. Sois motivo de união ao casal que, convocados por vossa melodia, deslizam como um só pelo salão. Ao batalhão sois a energia e a coragem, o grito de guerra entoado firmemente que tem o poder de espantar a covardia.
Vós sois a arte das artes, a primeiríssima, esplêndida expressão; aquela que com seus sons cria cenas fantásticas, aquela que em minutos expressa as sensações de toda uma vida, aquela de quem dependem todas as restantes. A que outra arte haveis de ser comparada?
(Maria Cecília, 17 anos.)