Inúmeras lutas enfrentaram os vendeanos durante a guerra da Vendeia. Eles viram seus entes queridos serem cruelmente massacrados e suas terras destruídas pelos seus inimigos republicanos. Diante de tanta dor, diante de tanto sofrimento, é de se imaginar que desejassem vingança e que jamais seriam capazes de perdoar esses inimigos que tanto mal lhes fizeram. Porém, suas ações mostraram exatamente o oposto do que imaginávamos. Vimos atitudes extraordinárias desse povo, que não apenas foi capaz de perdoar seus malfeitores, como também de tentar salvar suas almas. Essas ações são exemplos do que chamamos de “Amor ao Próximo”, cujo sentido será refletido neste texto.
Todas as ações dos católicos vendeanos, tinham Deus como resultado final. O Amor ao Próximo é o segundo mandamento da lei de Deus, que, junto do primeiro (Amar a Deus sobre todas as coisas), pode resumir toda a lei dos profetas (Mt 22,37-40). O maior exemplo de Amor ao Próximo, que nos ajuda a compreender o seu significado com muita profundidade, foi (podemos afirmar com toda clareza) nosso Senhor Jesus Cristo, que através de incontáveis boas ações, curando os enfermos, ressuscitando os mortos, perdoando seus inimigos que de tudo fizeram para matá-lo, e o mais importante: apresentar a toda a humanidade o caminho da salvação com ensinamentos, que nos mostraram o sentido de Amar teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18).
O povo da Vendeia, durante a guerra contra os republicanos, seguiu com fervor o exemplo do Senhor Jesus Cristo. No livro “UMA FAMÍLIA DE BANDIDOS”, Marie de Sainte Hermine conta que os vendeanos não só perdoavam seus inimigos, como buscavam a salvação de suas almas. Podemos entender, a partir daí, que o exemplo de Cristo era seguido com extremo fervor, pois faziam-no por amor a Deus.
Geneviéve (irmã de Marie de Sainte Hermine) tinha um senso de caridade e de cuidado para com o próximo inimagináveis. No livro, podemos conhecer com muita admiração a história da vida dessa personagem. Mesmo em momentos anteriores à guerra de Vendeia, ela já se demonstrava caridosa e cheia de generosidade, como quando ela ofereceu ajuda a uma pobre jovem cujo marido falecera e caminhava exausta com seu filho de apenas dois anos, quando salvou o menino Tonio e adotou-o como seu filho, e quando, em várias ocasiões, impediu o seu marido, o Conde Arthur de Sérant, de pecar contra Deus nosso Senhor.
Diante dessa incrível história de Vendeia, do modo como se comportavam os vendeanos diante dos seus mais perversos inimigos, façamos uma reflexão: qual deveria ser exatamente o nosso comportamento diante dos revolucionários modernos e contemporâneos, que se dedicam à destruição das famílias católicas? Penso eu, que as atitudes de um católico, seriam rezar pela conversão desses tão vis inimigos da Religião Católica, saber perdoá-los e procurar levá-los ao caminho da Salvação.
Como, então, educar minha vontade para fortalecer-me em virtudes, de forma que possa me preparar para agir de forma digna nos tempos em que a relatividade moral e a irreligiosidade são propagadas em tão larga escala na sociedade em que vivemos? Para isso, será necessário muita oração principalmente, mudar meus maus hábitos e adotar uma vida totalmente voltada a Deus nosso Senhor. E essa vida não será fácil. Os vendeanos bem sabiam disso, mas, o que são as dores deste mundo se tivermos sempre em vista a Eternidade?
Martin Hellmann, 16 anos.