Meu filho Martin, de 13 anos, gosta muito de escrever histórias. Desde que aprendeu a digitar, prefere escrevê-las diretamente no computador.
A seguir, sua mais recente fábula:
Dois cordeiros passeavam pelo bosque. O primeiro cordeiro avistou ao longe um belicoso e feroz lobo, que se aproximava celeremente. Observando que não conseguiriam fugir, apanhou com a boca algumas pedras para defender-se do sanguinário, bravio e cruel lobo.
– Não faça isso – disse o segundo cordeiro – não precisamos nem podemos nos armar para nos defendermos.
– Como não podemos nos defender, se não temos condições de enfrentar o lobo sem armas?– perguntou o primeiro cordeiro.
– O príncipe da floresta não permite que tenhamos este direito. – disse o segundo.
– O príncipe é um verdadeiro corrupto que não se importa com a segurança do povo, infelizmente.
– Confie em mim – disse o segundo cordeiro – somente com um diálogo pacificador resolveremos essa questão de modo tranquilo.
Quando o lobo chegou, antes que o segundo cordeiro pronunciasse a primeira sílaba, começou a devorá-lo rapidamente. O primeiro tentou ajudá-lo, mas não tinha condições de enfrentar um lobo a não ser que tivesse uma arma e, deste modo, também foi devorado em seguida.
Moral da fábula: não existe diálogo com pessoas cruéis: a legítima defesa é um direito que não garante apenas a sua segurança, mas também a de sua família, amigos e entes queridos.