O liberalismo, como ideia, originou-se quando o diabo, exaltado por um espírito de orgulho e vaidade, sublevou-se contra Deus, assim sendo precipitado no abismo junto com os seus seguidores. O liberalismo, como sistema filosófico, surgiu na renascença, sob a forma da filosofia “separada”, criada por Descartes e divulgada por Immanuel Kant e Victor Cousin, que, eliminando a tradição escolástica, almeja fundar uma nova filosofia do zero, substituindo a cosmovisão católica pelos erros mais antinômicos, consubstanciando materialismo, idealismo, subjetivismo, empirismo e racionalismo.
Paralelamente, no século XVII, esparge-se o “filosofismo” de Pierre Bayle, Denis Diderot e Voltaire, que pregava que a razão era o único meio de chegar e prover as verdades, deste modo, sendo tolerante com todos os erros, mas cruel com tudo relacionado a Deus e ao Cristianismo. Essas ideias, ao lado do naturalismo e do racionalismo, deram origem ao liberalismo “moderno”, que é nada mais do que os outros erros sob um novo nome.
Mas quem teria acoroçoado esses filósofos e financiado a propaganda para divulgar estes erros e heresias? Certamente, uma das principais, senão a principal fonte de renda dos revolucionários, foi a seita dos maçons (pedreiro, em francês).
Por volta de 1300 a 1400 A.D, fundou-se a Associação dos Livres Pedreiros, patrocinada pelos “irmãos livres”. Ela foi o berço da maçonaria moderna. Conta-nos o Padre Antônio Miranda, em sua obra “O segredo da maçonaria”(1), que pedreiros nômades reuniram-se para a construção da catedral de Estrasburgo, cuja planta, apresentada por Erwin de Stainbrach, fora aprovada pelo bispo Conrado de Leutenbeg. Esta obra valeu grande fama aos operários de Estrasburgo em todo o mundo conhecido.
Esses alvanéis, querendo distinguir-se dos outros pedreiros, formaram associações distintas chamadas de hütten, – lojas. Cada loja era independente das outras, mas todas reconheciam a autoridade da de Estrasburgo, que era como o “vaticano” desses protomaçons. Em 1452, Josse Dotzinger, sucessor de Jean Hultz como arquiteto da catedral de Estrasburgo, formou uma única corporação de todos os pedreiros livres, dando-lhe sinais para se reconhecerem entre si. Em 25 de abril de 1458, Dotzinger urdiu os estatutos da associação.
Os pedreiros, pela sua profissão deviam viajar até às construções, onde lavravam heresias, deixavam contagiar-se do mal, seguindo ideias errôneas como o gnosticismo, o socinianismo, o iluminismo, etc. Assim, de pedreiros, tornaram-se filósofos; e, de filósofos, tornaram-se teólogos, adotando uma teologia estranha, em que Deus era o arquiteto do universo, e seus símbolos eram as ferramentas de sua profissão: compasso, régua, esquadro, etc.
François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, foi um dos mais porfiados e argutos propulsores da Revolução. Entre os anos de 1725 a 1728, Voltaire viajou para a Inglaterra, onde teve seu primeiro contato com a maçonaria. Lá, jurou dedicar sua à dissolução de toda religião e ao desbaratamento de toda autoridade legítima. Uniram-se a ele d’Alembert, Frederico II e Diderot, todos com profundo ódio a Deus e ao Cristianismo.
A partir de 1743, Voltaire foi encarregado, junto ao rei da Prússia, de laicizar os principados eclesiásticos. Primeiramente, atacaram a Ordem dos Jesuítas, porque sua intelecção era mais apta que a das outras as outras ordens. Voltaire também encarregou-se de pessoalmente cuidar da educação dos príncipes, reis e nobres. Enquanto isso, d’Alembert formou um escritório de formação de preceptores que, por sua vez, educariam as crianças e os jovens. D’Alembert também foi encarregado de recrutar jovens adeptos às ideias liberais. Juntos, eles publicaram a Enciclopédia, em que publicaram todos os seus erros e calúnias contra o catolicismo.
É possível ver que não é coincidência, que, hoje em dia, a educação nas escolas seja universalmente ateia e liberal. Desde a Revolução Francesa, já era implantada a “Escola Laica”, ou educação secular. Em 1880, primeiro liceu para moças foi criado pelo judeu Camile Sée. Ele declarou que a descristianização da França não aconteceria se todas as mulheres não recebessem a educação laica. Adam Weishaupt, fundador da seita dos iluminados, afirmou ser preciso desvirtuar os jovens desde a sua infância, sendo preciso um estudo extenso, mas perfunctório, pois isto frutificaria a vaidade neles.
Diante de uma sociedade relativista e anticatólica, como devemos nós, católicos, agir defronte aos liberais? Primeiro, não devemos abscindi-los das nossas caridade e orações, amando-os como amaríamos a nossa família, nossos amigos e benfeitores. Devemos ter diante de nós o exemplo dos vendeanos, que, perseguidos, presos e assassinados pelos revolucionários durante o regime do Terror, perseveraram e perdoaram seus inimigos. Segundo, devemos depositar nossas esperanças na Santíssima Virgem, rezando o Santo Rosário todos os dias. Pois foi graças ao rosário que os católicos venceram a batalha de Lepanto, ou os jesuítas e os franciscanos de Hiroshima e Nakasgi, permaneceram intactos após o bombardeio de 1945.
Enfim, acredito que devemos retornar a uma vida de formação intelectual sincera, recuperando o senhorio de nossa inteligência, estudando com profundez as verdades reveladas na Doutrina Católica e as obras dos grandes escritores e filósofos cristãos, de forma que nos permita disseminar esse conhecimento para as próximas gerações.
(1) Miranda, Padre Antônio. O segredo da maçonaria. O Lutador, 1948.
3 comentários
1 menção
Excelente texto Michael!
Obrigada por compartilhar. Lindo texto!
Obrigada por aprender historia e ao mesmo tempo confiar nas orações que Deus e a Santíssima Virgem sempre nos lembram do poder nelas contido.
[…] artículo, publicado originalmente en ( https://vias-classicas.com/michaelhellmann/a-resposta-catolica-ao-liberalismo/ ) fue escrito por el estudiante católico Michael Hellmann, de 13 […]