Mentiria se dissesse que tua recusa me é indolor;
Que a frialdade de tuas missivas não me enregela;
Que teu desdém não me afoga em vagas de procela;
Que meu rosto irado e triste não evanesce em rubor.
Jamais direi que de teu louvor não necessito,
Que teu aplauso não incensa meus sonhos,
Que não arde o meu velho coração bisonho,
Que não me prostro em inerme adoração ao mito.
Abanas-me como a incômodo inseto;
Humilhas-me enquanto manténs secreto
O motivo pérfido por que me ignoras:
Desdém, calúnia e tripúdio,
Tríade em promíscuo conúbio,
Que me tortura no correr das horas!