Rapina

Se o ventre seco da pátria carcomida
Gesta os ratos e vermes que irão roê-la
Gemer meus cantos à decadente estrela
Não devolverá seu corpo morto à vida.

As estruturas podres não lhe dão saída:
Colapso iminente aguarda a todos nela
Que seu cadáver deploram na capela
E em vão imploram por pratos de comida.

 

Teus coveiros imponentes salivando,
Revoam sorrisos da rapina em bando,
Sem temer os ventos ou as tempestades;

Se haverá bom termo, não sabemos quando;
Envergonhamo-nos do semblante brando
Com que ostentam infinita impiedade.

Poemas