As mãos e o povo

A mão Esquerda furta e trapaceia
Quer ser de ferro, lúbrica e fatal;
Mão do desterro, célebre no mal,
De desespero, trai-nos em sua teia.

A mão Direita, cobra sorrateira,
Da Liberdade quer ser a fiscal;
Da santidade a única e final
Embaixadora, última e primeira.

No centro, a voz agônica do povo
Eleva aos céus sua fé no amor de Deus;
Clama e pranteia, em chamas, por um novo

Porvir brilhante e próspero pros seus,
De leite e mel, liberto, sem estorvo:
Mas o Centrão só quer não mais ser réu!

Poemas