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Inteligência

Forças da natureza, irresistíveis;
Avalanches, erupções vulcânicas,
Furacões e tornados, ventos irascíveis,
Enchentes e tormentas oceânicas,
Terremotos e incêndios florestais,
Frentes frias e ondas de calor,
Nevascas e auroras boreais,
Noites claras pelo fulgor
Irresistível dos raios
Vulcânicos nos vapores sulfúreos
Irascíveis que ascendem da rocha em
Oceânico fluxo de lava, incandescendo
Florestas reduzidas a fósseis carbonos pelo
Calor estorricante;
Boreal
Fulgor nas paisagens gélidas do pensamento:

Seja assim tua inteligência
Ao defrontar-se com canalhas.

Radical (em queda) livre

Abrolhando de sementes viperinas,
Juventude em flor amara desabrocha:
Franzindo o cenho, intumescendo as narinas,
O que não destróis, sucumbe a teu deboche.

Entoas sério como solene jura
A radicalidade dos áureos tempos!
Render-se aos fatos, retruques ou censuras?
Nunca! Pois julgas domar moral e senso

Sob relho de mundana ideologia,
Castrando as massas, substituindo o povo
Pelos mais profanos absurdos critérios:

Genocidas recebem teus elogios,
Pervertidos exaltas sem dó ou nojo,
Só aos santos diriges teus vitupérios!

Erros

Elas mesmas que bafejam
aragens de eufemismos
insinuando os erros próprios;

Elas mesmas que trovejam
Tumultuosas tormentas
tonitruando os teus!

Esperança e Fé

Esperança: amiga indelével da dor contrita
Cresta do espírito o solo devoluto,
Calca as fímbrias do manto da donzela aflita,
Esgarça a fibra do guerreiro resoluto.

Fé: esposa amantíssima do deleite eterno
Na mansidão febril da certeza e da verdade
Ergue a fronte em desafio ao pós-moderno
E inflama ao rubro, de outros tempos, a saudade.

Na ágora da vida, esperança e fé combatem
Em cada peito; prevalece a cada instante
Ora a dama, ora a santa, terçando ambíguas

As espadas do argumento, tão profícuas,
Tão prolixas em seus verbos adamantes,
Indiferentes a quantos eles matem!

Poemas