Afastando meus olhares de Mérope
Em direção ao futuro, sagaz,
Navego o árduo desejo de paz:
Odisseu perdido, só, sem Penélope.
Ensurdecido ao silvo das sereias
Atado ao tronco túrgido e tenaz
Envido a vida tênue e, assaz
Sofrido, rujo um estralo nas cadeias.
Fujo aos dentes aguçados dos Cíclopes,
Fujo à fúria insana dos Lestrigões,
Fujo de Calipso as mortais paixões,
Fujo e resisto aos encantos de Circe.
A tudo escapo porque em minha mente
E corpo não cabem mil corações:
Da vontade eu faço mil torreões
Donde o futuro se vê do presente.