No bafio tímido da fraca chuva
Eriçam-se as folhagens do outono fero;
Faces sombrias, mudas enquanto espero
Feridas donzelas que meus passos julgam.
Dos golpes e estocadas as dores uivo
Sob os beijos quentes das pontas de ferro:
Malgrado a marcha aflita que a sorte enterra
Minhas pegadas: perdidas nódoas ruivas.
O desejo vívido que a carne açula,
Perverso estandarte que o mundo tremula,
Serpente pérfida que a meus pés sibila:
Num segundo crava sua presa aguda
Na carne que implora e grita por ajuda
Contra o mal e contra todos que o prefiram.
1 comentário
Múltiplos e sinceros parabéns!
Li três vezes para degustar as tuas letras e aguçar a minha interpretação.
Simplesmente maravilhei.
Forte abraço e parabéns!