A slumber did my spirit seal |
Um sono fez-me d’alma um selo |
A slumber did my spirit seal; I had no human fears: She seemed a thing that could not feel The touch of earthly years. |
Um sono fez-me d’alma um selo; Humano destemor: Ela como que perdera o zelo Do toque dos anos em flor. |
No motion has she now, no force; She neither hears nor sees; Rolled round in earth’s diurnal course, With rocks, and stones, and trees. |
Nem meneio lhe resta, nenhum recurso; Ela nem ouve nem vê; Rotante em terrestre diurno percurso, As pedras e plantas não lê. |
Arquivo por tag: poetas
jul 17
A Slumber Did My Spirit Seal (tradução) – William Wordsworth
maio 23
Dream Land (tradução) | Terra Onírica
Dream Land (Christina Rossetti) |
Terra Onírica (Trad. Alexei Gonçalves de Oliveira) |
Where sunless rivers weep Their waves into the deep, She sleeps a charmed sleep: Awake her not. Led by a single star, She came from very far To seek where shadows are Her pleasant lot. |
Lá onde choram os rios obscuros Ondulantes profundos e puros Ela dorme um sono conjuro: Não a desperteis! Por solitária estrela-guia Que ao longe ela via Em busca das sombras, ia Ao lote dos reis! |
She left the rosy morn, She left the fields of corn, For twilight cold and lorn And water springs. Through sleep, as through a veil, She sees the sky look pale, And hears the nightingale That sadly sings. |
Deixou a rósea aurora, Deixou dos campos a flora, Pelo arrebol foi embora Rumo às águas correntes. Fura o sono como um véu, Mirando o pálido céu, Ouvindo o canto de mel Do rouxinol penitente. |
Rest, rest, a perfect rest Shed over brow and breast; Her face is toward the west, The purple land. She cannot see the grain Ripening on hill and plain; She cannot feel the rain Upon her hand. |
Pousa e um repouso perfeito Derrama-se da testa ao peito; Ao oeste, o rosto satisfeito Na terra roxa. Não pode ver o grão Maduro sobre o chão; Nem mesmo em sua mão Que a chuva afrouxa. |
Rest, rest, for evermore Upon a mossy shore; Rest, rest at the heart’s core Till time shall cease: Sleep that no pain shall wake; Night that no morn shall break Till joy shall overtake Her perfect peace. |
Pousa e repousa, eterno desmaio Sobre o limo da praia; Pousa e repousa no cór junto à raia Até que o tempo cesse: Um sono sem dor que o desperte; Noite sem choro que a aperte Até que o gozo em seu corpo inerte A paz perfeita floresce. |
fev 23
She walks in beauty (Tradução)
She walks in beauty– George Gordon, Lord Byron |
Caminha como a noite, bela–Tradução por Alexei Gonçalves de Oliveira |
She walks in beauty, like the night Of cloudless climes and starry skies; And all that’s best of dark and bright Meet in her aspect and her eyes: Thus mellowed to that tender light Which heaven to gaudy day denies. |
Caminha como a noite, bela, De anúbios climas, de ástreos céus; Melhor de treva e brilho, nela, Unem-se no rosto e olhos seus: Mescla-te à terna luz, donzela, Que o dia fútil deixa ao léu. |
One shade the more, one ray the less, Had half impaired the nameless grace Which waves in every raven tress, Or softly lightens o’er her face; Where thoughts serenely sweet express How pure, how dear their dwelling place. |
U’a sombra a mais, um raio abaixo, Aleijaria a infinda graça Ondulada em corvídeos cachos Ou que alumia suave os traços Onde serenamente achas Morada para o que te abraças. |
And on that cheek, and o’er that brow, So soft, so calm, yet eloquent, The smiles that win, the tints that glow, But tell of days in goodness spent, A mind at peace with all below, A heart whose love is innocent! |
Nas bochechas e nos sobrolhos Suavidade calma, eloquente, Sorri e vence, e pinta aos olhos, Dias bem vívidos e quentes, A mente em paz co’o que acolhe, Coração que ama inocente! |
ago 26
Dreapta Măsură | (tradução) A justa medida
Dreapta Măsură(Emil Cioran) |
A justa medida(Tradução por Alexei Gonçalves de Oliveira) |
Un pic de durere te face profund, Mai multă durere te-afundă prea mult. C-un pic de avere n-ai lipsuri în casă, Cu multă avere n-ai somn şi te-apasă. Un pic de-mplinire te face mai bun, C-un pic de respect eşti încrezător, C-o slujbă, desigur, ai pâine pe masă, |
Um pouco de dor faz de ti mais profundo Mas dor excessiva só leva-te ao fundo. Com poucos haveres, nada falta em casa, Com muitos o sono oprimido bate asas. Um pouco que imprimes te faz bem melhor, Com pouco respeito, és mais confiante, C’um emprego, claro, tens pão sobre a mesa, |
ago 16
Imn lui Ştefan cel Mare (tradução)
Imn lui Ştefan cel Mare (Vasile Alecsandri) |
Hino a Estêvao, o Grande (Tradução de Alexei Gonçalves de Oliveira) |
La poalele Carpaţilor, Sub vechiul tău mormânt, Dormi, erou al românilor, O! Ştefan, erou sfânt! Ca sentinele falnice Când tremurau popoarele Cu drag privindu-ţi patria În cer apune soarele Prin negura trecutului, În timpul vitejiilor, O! mare umbră-eroică, În poalele Carpaţilor, „Un gând s-avem în numele |
Ao sopé dos Cárpatos, Sob lápide veneranda Dormita, dos romenos bravos, Ó! Estevão, viril e santo! Qual sentinela garbosa Quando tremia o populacho Com amor tua pátria vigiaste No céu põe-se o sol Pelas névoas do passado Nos tempos de maior bravor, Ó! Grande sombra heroica, Ao sopé dos Cárpatos, “Uma ideia para ter em nome |
ago 16
Father and Child (tradução)
Father and Child William Butler Yeats |
Pai e Filha (trad. Alexei Gonçalves de Oliveira) |
---|---|
She hears me strike the board and say That she is under ban Of all good men and women, Being mentioned with a man That has the worst of all bad names; And thereupon replies That his hair is beautiful, Cold as the March wind his eyes. |
Ela me ouve golpear a mesa enquanto digo Que sua pena é ser banida De todos os justos homens e mulheres Por mencionar-se junto a um homem cuja vida Ostenta a pior entre as más famas; E, a tudo isto, repele: Que dele os cabelos, tão lindos, e Quais de março o vento, os olhos dele, gelam-na. |
jul 19
“Success is counted sweetest” (tradução)
“Success is counted sweetest”(Emily Dickinson) |
O sucesso canta mais doce(trad. Alexei Gonçalves de Oliveira) |
SUCCESS is counted sweetest By those who ne’er succeed. To comprehend a nectar Requires sorest need. Not one of all the purple host As he, defeated, dying, |
O sucesso canta mais doce Na boca do fracassado. A compreensão de tal néctar Requer a dor do necessitado. Nenhum em meio às hostes púrpuras Quanto ele, derrotado, moribundo, |
jul 19
Gonçalves Dias
Tua terra tem mil coisas
de que não podes te orgulhar,
Ou foste tu que ensinastes
às aves, o gorjeio,
ou o canto, ao sabiá?
Ou com tuas mãos plantastes
As palmeiras ou, nas várzeas,
As flores;
Ou, no céu, engastastes
As estrelas,
Ou, nos bosques, as tais vidas –
Ou, nas vidas,
Tais amores?
Gonçalves Dias,
Teu prazer com tais primores,
Ao mundo não aproveitará;
Dos desfrutes teus,
Das arredias e noturnas cismas tuas,
Permite, sim, a morte, Deus;
Imortais apenas as canções
que no exílio da alma compuseste:
Todas muito mais belas
do que o canto do sabiá.