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A Slumber Did My Spirit Seal (tradução) – William Wordsworth

A slumber did my spirit seal

Um sono fez-me d’alma um selo

A slumber did my spirit seal;
I had no human fears:
She seemed a thing that could not feel
The touch of earthly years.
Um sono fez-me d’alma um selo;
Humano destemor:
Ela como que perdera o zelo
Do toque dos anos em flor.
No motion has she now, no force;
She neither hears nor sees;
Rolled round in earth’s diurnal course,
With rocks, and stones, and trees.
Nem meneio lhe resta, nenhum recurso;
Ela nem ouve nem vê;
Rotante em terrestre diurno percurso,
As pedras e plantas não lê.

Dream Land (tradução) | Terra Onírica

Dream Land (Christina Rossetti)

Terra Onírica (Trad. Alexei Gonçalves de Oliveira)

Where sunless rivers weep
Their waves into the deep,
She sleeps a charmed sleep:
Awake her not.
Led by a single star,
She came from very far
To seek where shadows are
Her pleasant lot.
Lá onde choram os rios obscuros
Ondulantes profundos e puros
Ela dorme um sono conjuro:
Não a desperteis!
Por solitária estrela-guia
Que ao longe ela via
Em busca das sombras, ia
Ao lote dos reis!
She left the rosy morn,
She left the fields of corn,
For twilight cold and lorn
And water springs.
Through sleep, as through a veil,
She sees the sky look pale,
And hears the nightingale
That sadly sings.
Deixou a rósea aurora,
Deixou dos campos a flora,
Pelo arrebol foi embora
Rumo às águas correntes.
Fura o sono como um véu,
Mirando o pálido céu,
Ouvindo o canto de mel
Do rouxinol penitente.
Rest, rest, a perfect rest
Shed over brow and breast;
Her face is toward the west,
The purple land.
She cannot see the grain
Ripening on hill and plain;
She cannot feel the rain
Upon her hand.
Pousa e um repouso perfeito
Derrama-se da testa ao peito;
Ao oeste, o rosto satisfeito
Na terra roxa.
Não pode ver o grão
Maduro sobre o chão;
Nem mesmo em sua mão
Que a chuva afrouxa.
Rest, rest, for evermore
Upon a mossy shore;
Rest, rest at the heart’s core
Till time shall cease:
Sleep that no pain shall wake;
Night that no morn shall break
Till joy shall overtake
Her perfect peace.
Pousa e repousa, eterno desmaio
Sobre o limo da praia;
Pousa e repousa no cór junto à raia
Até que o tempo cesse:
Um sono sem dor que o desperte;
Noite sem choro que a aperte
Até que o gozo em seu corpo inerte
A paz perfeita floresce.

She walks in beauty (Tradução)

She walks in beauty

George Gordon, Lord Byron

Caminha como a noite, bela

Tradução por Alexei Gonçalves de Oliveira

She walks in beauty, like the night
Of cloudless climes and starry skies;
And all that’s best of dark and bright
Meet in her aspect and her eyes:
Thus mellowed to that tender light
Which heaven to gaudy day denies.
Caminha como a noite, bela,
De anúbios climas, de ástreos céus;
Melhor de treva e brilho, nela,
Unem-se no rosto e olhos seus:
Mescla-te à terna luz, donzela,
Que o dia fútil deixa ao léu.
One shade the more, one ray the less,
Had half impaired the nameless grace
Which waves in every raven tress,
Or softly lightens o’er her face;
Where thoughts serenely sweet express
How pure, how dear their dwelling place.
U’a sombra a mais, um raio abaixo,
Aleijaria a infinda graça
Ondulada em corvídeos cachos
Ou que alumia suave os traços
Onde serenamente achas
Morada para o que te abraças.
And on that cheek, and o’er that brow,
So soft, so calm, yet eloquent,
The smiles that win, the tints that glow,
But tell of days in goodness spent,
A mind at peace with all below,
A heart whose love is innocent!
Nas bochechas e nos sobrolhos
Suavidade calma, eloquente,
Sorri e vence, e pinta aos olhos,
Dias bem vívidos e quentes,
A mente em paz co’o que acolhe,
Coração que ama inocente!

Dreapta Măsură | (tradução) A justa medida

Dreapta Măsură

(Emil Cioran)

A justa medida

(Tradução por Alexei Gonçalves de Oliveira)

Un pic de durere te face profund,
Mai multă durere te-afundă prea mult.
C-un pic de avere n-ai lipsuri în casă,
Cu multă avere n-ai somn şi te-apasă.

Un pic de-mplinire te face mai bun,
Prea multă împlinire te face nebun.
Un pic de putere te face mai tare,
Prea multă putere pe alţii îi doare.

C-un pic de respect eşti încrezător,
Cu prea mult respect devii sfidător.
Un pic de-ngrijire te ţine mai bine,
Prea multă îngrijire-i o hibă-n gândire.

C-o slujbă, desigur, ai pâine pe masă,
Dar dacă ai zece, n-ai masă, n-ai casă.
Păstrează, creştine, măsura în toate,
Deloc nu e bine, iar prea mult te-abate
Încet, dar şi sigur de la pocăinţă
Şi te pricopseşte c-o altă credinţă.

Um pouco de dor faz de ti mais profundo
Mas dor excessiva só leva-te ao fundo.
Com poucos haveres, nada falta em casa,
Com muitos o sono oprimido bate asas.

Um pouco que imprimes te faz bem melhor,
Mas o muito imprimir é enlouquecedor.
De poder um nadica ao alto te eleva,
Poder em excesso aos outros entreva.

Com pouco respeito, és mais confiante,
Com muito respeito, és desafiante.
Se alguma ajuda mantém-te melhor,
Excesso de ajuda confunde o pendor.

C’um emprego, claro, tens pão sobre a mesa,
Se tens dez empregos, nem casa, nem mesa.
Mantém, cristandade, medida em tudo,
Se o nada é mau, o muito te abate, contudo,
Lentamente, mas é seguro o remorso
E com outra fé comprometes-te e a endossas.

Imn lui Ştefan cel Mare (tradução)

Imn lui Ştefan cel Mare
(Vasile Alecsandri)
Hino a Estêvao, o Grande
(Tradução de Alexei Gonçalves de Oliveira)
La poalele Carpaţilor,
Sub vechiul tău mormânt,
Dormi, erou al românilor,
O! Ştefan, erou sfânt!

Ca sentinele falnice
Carpaţii te păzesc
Şi de sublima-ţi glorie
Cu secolii şoptesc.

Când tremurau popoarele
Sub aprigii păgâni,
Tu le-apărai cu braţele
Vitejilor români.

Cu drag privindu-ţi patria
Şi moartea cu dispreţ,
Măreţ în sânul luptelor,
Şi-n pace-ai fost măreţ.

În cer apune soarele
Stingând razele lui,
Dar într-a noastre suflete
În veci tu nu apui!

Prin negura trecutului,
O! soare-nvingător.
Lumini cu raze splendide,
Prezent şi viitor.

În timpul vitejiilor,
Cuprins de-un sacru dor,
Visai unirea Daciei
Cu-o turmă ş-un păstor;

O! mare umbră-eroică,
Priveşte visul tău:
Uniţi suntem în cugete,
Uniţi în Dumnezeu.

În poalele Carpaţilor,
La vechiul tău mormânt,
Toţi în genunchi, o! Ştefane,
Depunem jurământ:

„Un gând s-avem în numele
Românului popor,
Aprinşi de-amorul gloriei
Ş-al patriei amor!”

Ao sopé dos Cárpatos,
Sob lápide veneranda
Dormita, dos romenos bravos,
Ó! Estevão, viril e santo!

Qual sentinela garbosa
Os Cárpatos montam guarda
Sublime vida gloriosa
Pelos séculos murmurada.

Quando tremia o populacho
Sob a fúria dos pagãos,
Amparaste-o com os braços
Dos guerreiros romãos.

Com amor tua pátria vigiaste
Dando à morte o teu desprezo,
Grande, deste o peito à luta,
Grande, à paz, o teu desvelo.

No céu põe-se o sol
Os seus raios extinguindo,
Porém em nossas almas
Tua presença jamais finda!

Pelas névoas do passado
Ó! Sol nascituro.
Luzindo raio esplêndido,
Sobre o agora e o futuro.

Nos tempos de maior bravor,
Contido por sacra dor,
Visavas uma só Dácia
Só um rebanho, um só pastor;

Ó! Grande sombra heroica,
Contempla o sonho teu:
Unidos somos em pensamento
Unidos somos em Deus.

Ao sopé dos Cárpatos,
À lápide veneranda,
Ó Estêvão, genuflexos,
Depomos, jurando:

“Uma ideia para ter em nome
Do romeno povo,
À luz de amorosa glória
Da pátria serei zeloso!

Father and Child (tradução)

Father and Child
William Butler Yeats
Pai e Filha
(trad. Alexei Gonçalves de Oliveira)
She hears me strike the board and say
That she is under ban
Of all good men and women,
Being mentioned with a man
That has the worst of all bad names;
And thereupon replies
That his hair is beautiful,
Cold as the March wind his eyes.
Ela me ouve golpear a mesa enquanto digo
Que sua pena é ser banida
De todos os justos homens e mulheres
Por mencionar-se junto a um homem cuja vida
Ostenta a pior entre as más famas;
E, a tudo isto, repele:
Que dele os cabelos, tão lindos, e
Quais de março o vento, os olhos dele, gelam-na.

“Success is counted sweetest” (tradução)

“Success is counted sweetest”

(Emily Dickinson)

O sucesso canta mais doce

(trad. Alexei Gonçalves de Oliveira)

SUCCESS is counted sweetest
By those who ne’er succeed.
To comprehend a nectar
Requires sorest need.

Not one of all the purple host
Who took the flag to-day
Can tell the definition,
So clear, of victory,

As he, defeated, dying,
On whose forbidden ear
The distant strains of triumph
Break, agonized and clear.

O sucesso canta mais doce
Na boca do fracassado.
A compreensão de tal néctar
Requer a dor do necessitado.

Nenhum em meio às hostes púrpuras
Que hoje erguem o estandarte
Tão claramente definirá
A vitória

Quanto ele, derrotado, moribundo,
Em cujo ouvido interdito
Longínquas odes ao triunfo
Rebentam cristais de agonia.

Gonçalves Dias

Tua terra tem mil coisas

de que não podes te orgulhar,

Ou foste tu que ensinastes

às aves, o gorjeio,

ou o canto, ao sabiá?

 

Ou com tuas mãos plantastes

As palmeiras ou, nas várzeas,

As flores;

 

Ou, no céu, engastastes

As estrelas,

Ou, nos bosques, as tais vidas –

Ou, nas vidas,

Tais amores?

 

Gonçalves Dias,

Teu prazer com tais primores,

Ao mundo não aproveitará;

Dos desfrutes teus,

Das arredias e noturnas cismas tuas,

Permite, sim, a morte, Deus;

Imortais apenas as canções

que no exílio da alma compuseste:

Todas muito mais belas

do que o canto do sabiá.

Poemas