Exercício de Escrita

O exercício a seguir teve por objetivo exercitar o estilo de “Notícia”. Michael, 12 anos, se propôs a fazer uma notícia fictícia como se fosse um redator da época do Império Romano.

Ornament featuring Mercury, patron of the month of June, by Adolphe Giraldon. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mercurius_by_Adolphe_Giraldon.png

In Memorian: Exposição relembra terremoto que avassalou Pompeia, Herculano e Estábia

Na primeira semana de fevereiro do álgido inverno de 62, benemérito do Anemoi Bóreas, há exatos dois anos, um sismo colossal atingiu parte do Império Romano e da região da Campânia. Físico que testemunhou o desastre registrou relato em seu livro que será exibido na exposição In Memorian.

Em 5 de fevereiro de 62, as cidades de Pompéia, Herculano, Estábia, Nápoles e Nocera foram danificadas por atividades sísmicas intensas. Os tremores ocorreram a mais de 7 quilômetros de profundidade. Os abalos derribaram significativos monumentos como o fórum de Pompeia e o Templo de Júpiter.

Sobreviventes da intempérie inauguram a exposição “In Memorian” exibindo esculturas e livros que reproduzem os danos do terremoto de 62. Entre os superviventes estava o afamado escritor, filósofo, dramaturgo, político, físico e metereólogo romano Lucio Anneo Sêneca, o Jovem. Sêneca explana a calamidade em sua magnífica obra Naturales quaestiones. Reproduzimos aqui alguns trechos de seu formidável livro:

“Acabamos de receber notícias, meu estimado Lucílio, de que Pompéia, a célebre cidade da Campânia, foi devastada por um terremoto que abalou também todos os bairros vizinhos. A cidade, você sabe, fica em uma bela baía, distante do mar aberto, e é cercada por duas margens convergentes, de um lado a de Sorrento e Estábia, de outro a de Herculano. O desastre aconteceu no inverno, período durante o qual nossos antepassados costumavam reivindicar imunidade contra tais perigos. No dia 5 de fevereiro, no consulado de Regulus e Virginius, ocorreu esse choque, envolvendo ampla destruição em todo a província da Campânia; o distrito nunca esteve isento de risco de tal calamidade, mas tinha estado até então isento dela, tendo escapado repetidas vezes do alarme infundado.”

Para destacar as ameaças de tamanha calamidade, Sêneca escreve:

“O plano de meu presente trabalho exige uma discussão das causas disso […] Devemos buscar consolo para os ansiosos e dissipar o medo avassalador. […] Que refúgio nossos corpos fracos podem encontrar? Para onde fugirão os ansiosos, quando o medo brotar da terra e se erguer dos alicerces da terra?”

A exposição “In Memorian”, anexo à famosa biblioteca do Império Romano está aberta para visitações. A portaria solicita, a fim de evitar congestionamento, que os visitantes estacionem suas bigas na via secundária.

Jornal, O Mercúrio.

Vias Clássicas Valorizando o Conhecimento