Recebi nesta semana de uma mãe amiga um pedido especial: ela queria dicas sobre métodos de ensino de Matemática para adolescentes. Quando estudo Matemática com meus filhos, meu objetivo é que os meninos compreendam os conceitos e saibam aplicá-los corretamente. Por isso, progredimos nesta área de estudos de forma lenta e gradativa.
Optamos pelo método procedural da Saxon Math por considerá-lo mais completo que os outros disponíveis no mercado editorial. Martin estuda o Saxon Math 7/6 e, Michael, o Saxon Math 6/5. Quais as vantagens que encontramos ao usar a Saxon Math? A Saxon Math possui uma forte abordagem conceitual, procedural, com progressividade suave e espiralada. Esclareçamos as palavras desta definição:
Conceitual: A explicação teórica fornecida a cada lição permite que a criança entenda e visualize conceitos abstratos com praticidade e clareza.
Procedural: Como sugere a palavra, o foco do programa é nos “procedimentos” de montagem e solução de problemas. A criança aprende diferentes formas de solucionar um mesmo tipo de problema, fazendo com que ela perceba que, em determinadas situações, um método de solução é mais adequado e prático do que os demais.
Progressividade Suave: Antes de apresentar ao estudante um conceito matemático mais complexo, a criança é treinada em diversas micro-habilidades específicas e necessárias à compreensão futura do conceito. Quando, finalmente, ele é apresentado de forma teoricamente completa, a criança assimila-o mais facilmente, pois já desenvolveu intimidade com todas as habilidades essenciais para compreendê-lo.
Espiral: Cada lição é divida em:
- “Warm-up” (“Aquecimento”): problemas matemáticos para ser resolvidos mentalmente e expressos de forma oral;
- “New Concept” (“Conceito novo”): Nesta seção, apresenta-se o conceito teórico da lição;
- “Lesson Practice“ (“Prática da lição”): Exercícios para o treino do conceito teórico; e
- “Mixed Practice” (“Prática mista”): onde a criança exercita habilidades aprendidas em lições anteriores, reforçando a sua assimilação pelo treino repetitivo. A repetição é essencial para a memorização — só é possível aprender algo que está retido em nossa memória.
À medida que evoluímos para conceitos mais abstratos como “pré-algebra“, por exemplo, reservamos diariamente 10 minutos para assistir a vídeos explicativos da Khan Academy.
Livros teóricos que apresentam a obra e vida de grandes matemáticos ou mesmo ficcionais com diversos desafios matemáticos também fazem parte dos nossos estudos matemáticos. Livros que temos em nossa biblioteca familiar e recomendamos:
- Bendick, Jeanne. Arquimedes: uma porta para a Ciência. São Paulo: Odysseus, 2006.
- Tomei, Carlos. Euclides: a conquista do espaço. São Paulo: Odysseus, 2012.
- Tiner, John Hudson. Exploring the world of Mathematics. Master Books, 2008.
- Tahan, Malba. O homem que calculava. Rio de Janeiro: Record, 1985, 30ª ed.
Enfim, o ensino de Matemática não precisa ser “doloroso”: basta que você conte com bons métodos de ensino, que se dediquem a treinar as habilidades essenciais à compreensão dos conceitos e à solução de problemas.