Recuperando livros antigos em casa

Nesta terça-feira chegaram via correio cinco volumes antigos de livros de História publicados entre 1918 e 1943:

  1. Pequena História do Brazil – Ensino Primário e Secundário. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1918.
  2. Pequena História do Brasil – Curso Médio. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1929.
  3. Vitória, João Pereira. História do Brasil – 3ª Série. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1942.
  4. Vitória, João Pereira.  História Geral – 1ª Série Ginasial. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1943.
  5. Elementos da História do Brasil – Curso Superior. Rio de Janeiro: Paulo de Azevedo, 1943.

 

Todos os volumes apresentavam muita umidade, algumas folhas descoladas ou rasgadas. Alguns estavam com a lombada descolada, necessitando de reparos. Em resumo, precisavam receber alguns cuidados antes de ser incluídos em nossa biblioteca familiar.

O primeiro cuidado é analisar o estado do miolo do livro, página por página.  Costumo usar luvas cirúrgicas no primeiro contato, até a limpeza. Cada página é cuidadosamente limpa usando um pincel com cerdas longas e macias.

Com o auxílio do secador de cabelos, eu retiro o excesso de umidade do livro. É recomendável segurar o volume de forma que as folhas “respirem” sem amassar-se com o vento/calor do secador de cabelos. Na sequência, dependendo do intensidade da umidade no livro, eu passo o secador de cabelos em cada página separadamente.

Para as páginas mais prejudicadas pela umidade eu adiciono entre as páginas um papel absorvente.

Já para a capa,  experimentei usar talco para remover o excesso de umidade. Gostei da experiência: o talco acelerou o processo de “secagem”.

Quando necessário, após as 12 horas, costumo refazer o processo: secador de cabelo, papel absorvente e tempo de secagem. Desta vez, a urgência em concluir o trabalho me fez seguir para a próxima etapa. Os primeiros três volumes estavam com a lombada firme, necessitando de pequenos reparos em apenas uma ou duas folhas internas. Já os últimos volumes necessitavam de mais cuidados.

O quarto volume estava com a capa totalmente descolada do miolo. Analisei o miolo cuidadosamente e percebi que não havia folhas soltas e a costura ainda estava aparentemente firme.

Já o quinto volume estava bem mais avariado: muitas folhas soltas, capa traseira solta e dianteira parcialmente deslocada, sem lombada…

O quinto volume apresentava aproximadamente 600 páginas. No final do livro, as últimas 6 páginas estavam totalmente soltas, com várias outras páginas no interior do livro parcialmente separadas do miolo. Neste caso específico, optei por conservar a costura original do livro e fazer os reparos com cola e papel de seda. Lembre-se: O reparo mais adequado é fita adesiva fina livre de ácido.

Após a fixação das páginas soltas eu iniciei o reparo da lombada.

Para reconstituir a base da capa, utilizei um pedaço de Papel Paraná. Foi o papel mais reforçado que encontrei para essa restauração.

Reparem que na imagem acima eu esqueci de fazer um duplo vinco para facilitar a abertura da capa do livro. O duplo vinco é essencial para que abertura da capa se torne completa.

Como sou apaixonada pelo aspecto dos livros antigos, colei a capa e contracapa originais sobre a base do Papel Paraná.

Os livros ficaram firmes e mais adequados ao manuseio e leitura. Espero que durem, ao menos, até que meus netos possam aproveitá-los. Pretendo ainda adicionar uma fita adesiva específica para acabamento e reforço das lombadas.

Eu ainda não sei como retirar manchas dos livros sem danificar a impressão. Caso alguém saiba como fazê-lo me avise!

Vias Clássicas Valorizando o Conhecimento