Planejamento de estudos para 2014 (parte 1)

O ano de 2013 foi um ano de “remendos”, ou seja, eu ensinava em casa o suficiente para tapar os buracos do currículo aplicado pela escola do Martin. Eu me sentia sempre correndo atrás do ritmo e da seleção de conteúdo impostos pela escola.

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Mesmo com esses problemas, tenho certeza de que meu envolvimento direto no aprendizado foi essencial para o desenvolvimento tanto do Martin quanto do Michael. O Michael, mesmo não estando na escola, acompanhou de perto e participou de várias aulas.

Para 2014, decidi que agiria diferente. Como fazer um plano de aulas? Que material escolher? Depois de passar muitas horas lendo blogs sobre homeschooling em português e inglês, analisar conteúdos didáticos nacionais e internacionais, vou compartilhar com vocês a seguir algumas observações e conclusões que tirei desse estudo:

(1) A forma como a escola brasileira ensina o idioma pátrio, “língua portuguesa”, é muito diferente da forma como o inglês é ensinado nos Estados Unidos. Admito que não domino e nem conheço todos os métodos mas, após ler diversos currículos e materiais didáticos americanos, percebi que o ensino do inglês é divido em aulas separadas de leitura, gramática, ortografia e redação. Nas escolas brasileiras todo o conteúdo é reunido em um balaio de gatos, uma única disciplina chamada “Português” ou “Língua Portuguesa”.

(2) A repetição e a memorização também são técnicas cada vez menos utilizadas em sala de aula aqui no Brasil, algo de que os currículos internacionais não têm o menor receio: é comum encontrarmos repetições de modelos de exercícios a exaustão, até que, como diz o Alexei (maridão), o conhecimento “entre na corrente sanguínea”. É essencial que novas habilidades e conhecimentos sejam estudadas e praticadas até que o conteúdo se torne simples, entrando no “piloto automático”, exigindo um esforço menor de nosso cérebro de forma a permitir que avancemos nos estudos para assimilar conteúdos novos.

(3) Até os mais “elaborados materiais didáticos” que encontrei nas livrarias, eram fracos no conteúdo e fortes apenas na propagação da ideologia “politicamente correta”. Isso quando não continham absurdos flagrantes, como séries de exercícios que “ensinam o errado” antes de “ensinar o certo”.

(4) Nos livros didáticos brasileiros de História e Geografia para o terceiro ano do fundamental, ou seja, para crianças com 8 a 9 anos, o conteúdo é fraquíssimo, quase nulo. Em Geografia, a proposta é passar um ano inteiro estudando “bairros”! Em História, o programa limita-se a discussões sobre “a vida na cidade”, “a vida no campo” e “direitos humanos”! Na minha opinião, investir em um material caro e sem conteúdo como esse é um desperdício de tempo e dinheiro.

Sobre os diferentes métodos de ensino de leitura e escrita, em 2013, com o Martin, testamos diferentes métodos. Inicialmente, adotamos o método utilizado na escola, chamado “método fonético”. Depois introduzimos o método utilizado pelo Kumon, que trabalha imagem e textos, leitura em voz alta e muita repetição. No decorrer do ano, adquirimos também os livros da série de livros “Caminho Suave”, que adota o método silábico.

O método fonético utilizado em sala de aula produziu um resultado muito fraco.  Descobrimos, depois, que o motivo era uma dificuldade específica do Martin com a memória auditiva de curto prazo, principalmente no aspecto “percepção figura-fundo”. Uma sala de aulas onde a professora emprega 50% do tempo na explicação oral, com crianças murmurando ou conversando ao fundo, é um verdadeiro suplício para ele, já que não consegue distinguir com eficiência em quais sons deve focalizar a atenção. Assim, com os métodos utilizados pelo Kumon e pelos livros da série Caminho Suave, seu desempenho foi muito superior.

Neste ponto, eu tinha a opção de escolher o “menor dos males”, ou seja, adotar um kit pronto de material didático e remendar os problemas, ou selecionar bons livros e planejar eu mesma o conteúdo a ser ministrado. Decidi pela última alternativa. No próximo artigo, apresentarei as linhas mestras da solução que vou adotar em 2014.

3 comentários

2 menções

  1. Estou adorando ler seu blog, vou acompanhar durante este ano. 🙂 Obrigada pelas dicas. Concordo com suas observações, em todos os pontos.

    • Mayara Ripardo em fevereiro 24, 2014 às 8:44 pm

    Vou acompanhar com especial interesse o seu blog. Obrigada por compartilhar sua experiencia!

    • Mônica Ferreira em março 13, 2014 às 1:35 pm

    Muito boas as suas dicas vou utilizá-las com meus filhos .Obrigada !

  1. […] final do ano passado, compartilhei aqui neste blog como foi o meu processo de planejamento de estudos para 2014, incluindo a escolha do conteúdo e seleção dos livros que seriam utilizados no decorrer do […]

  2. […] final do ano passado, criamos um plano anual no qual havíamos selecionado alguns livros para o ano letivo corrente. Como essa havia sido nossa […]

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