A guerra de Canudos – por Martin Hellmann

O texto a seguir, redigido por Martin, 16 anos, é fruto do exercício da lição 34 do Programa de Composição Clássica Ano II.

A guerra de Canudos

A guerra de Canudos foi um confronto que ocorreu entre o Exército Brasileiro e a comunidade sociorreligiosa liderada por Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro. Este conflito estendeu-se de 7 de novembro de 1896 a 5 de novembro de 1897.

Fanáticos conhecidos como “jagunços”, liderados por Antônio Conselheiro, demonstraram ser perigosos para a ordem pública, pois desconheciam a autoridade civil e religiosa. Com isso, o governo federal tomou a decisão de defrontar os jagunços com as Forças Armadas.

“Antônio Conselheiro rechaça a República” ilustração por Ângelo Agostini cerca de 1896.

Foram enviadas a Canudos, no total, quatro expedições. A primeira, que ocorreu em novembro de 1896, sob o comando de Manoel Pires Ferreira, iniciou o conflito, mas, como os jagunços eram valentes e hábeis no manuseio de armas de fogo, a tropa legal foi obrigada a recuar e debandou no Uauá.

Na segunda expedição, composta por quinhentos e cinquenta praças e catorze oficiais sob o comando do marechal Febrônio de Brito, a tropa do exército cometeu o erro de se demorar em Queimadas e Monte Santo, dando aos jagunços tempo para se prepararem para o combate seguinte. Em 18 e 19 de março, as tropas do governo lutaram bravamente, mas os jagunços estavam muito bem munidos com as armas abandonadas no Uauá durante a primeira expedição. Por fim, o major resolveu retroceder para Monte Santo.

A terceira expedição foi liderada pelo coronel Moreira César; iam ao seu lado mil e trezentos soldados. A campanha se iniciou em março de 1897. Os soldados marchavam alegres e joviais, cheios de certeza de que sairiam vitoriosos. A única coisa que temiam era que a expedição fosse um simples passeio, sem confronto e glória. O coronel Moreira César ordenou um assalto imediato ao arraial, imaginando que apoderar-se dele seria questão de minutos. Porém, a resistência foi tenaz e o próprio coronel Moreira César, acudindo ao combate, ficou mortalmente ferido. Sucedeu-lhe o coronel Tamarindo, que também faleceu na retirada. A desordem foi tão grande que a terceira expedição desapareceu.

A quarta expedição se organizou, dessa vez reforçada com cinco corpos de tropas. A primeira coluna, comandada pelo general Arthur Oscar, seguiu o mesmo caminho das precedentes expedições, pelo roteiro de Queimada e Monte Santo, viu-se cercada pelos jagunços e sofreu de fome e sede. Algumas semanas depois, a segunda coluna, às ordens do general Savaget, partiu de Aracaju e, seguindo Vaza-Barris, chegou a Canudos e iniciou uma batalha nas asperezas de Cocorobó, a 25 de junho de 1897. Quando se reuniram, as duas colunas começaram a bombardear Canudos em 28 de junho; porém, faltaram munições, e os soldados, começaram a se dispersar em busca de comida. O governo mandou outra brigada até Canudos, comandada pelo general Girard. Julgando que esse reforço poderia ser insuficiente, foram mandados ainda mais três mil homens liderados pelo marechal Bittencourt. No dia 24, o arraial estava cercado. Nos dias 1, 3, 4 e 5, de outubro o arraial foi completamente destruído.

A campanha de Canudos custou a vida de cinco mil soldados e de muitos oficiais distintos.

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