Os livros didáticos atuais estão uma verdadeira lástima: além do vocabulário pobre, a apreciação da Poesia é feita através de pseudo-poemas escritos sem espaços entre as palavras. Não consigo perceber a Lógica de um método que consiste em “programar” a criança a aprender o errado para depois “desprogramá-la” exigindo que ela faça tudo corretamente.
Na semana passada iniciamos a leitura do poema “Via-Láctea”, de Olavo Bilac. Neste primeiro momento, a ideia é exercitar a leitura, aguçar a percepção da sonoridade do poema, identificar as rimas e enriquecer o vocabulário.
Via-Láctea – Olavo Bilac
A leitura foi feita em dois dias diferentes. Primeiramente, lemos juntos o primeiro soneto do poema. Em seguida pedi que o Martin identificasse as rimas dos versos. Após esse exercício ele fez uma cópia do primeiro soneto para treinar a pontuação e a caligrafia.
Enquanto o Martin copiava, mostrei ao Michael algumas imagens da “Via-Láctea”. Ele adorou e fez vários desenhos para ilustrar o que aprendeu.
Após a cópia exercitamos o vocabulário. Identificamos as palavras que ambos não conheciam e pesquisamos os seus significados no dicionário. O Martin prontamente anotou em seu caderno, com suas próprias palavras, seu entendimento sobre o que lera no dicionário.
Hoje, demos continuidade à leitura do segundo soneto. Pedi que os dois prestassem bastante atenção às pausas em cada vírgula, em cada sinal de pontuação. Na sequência, exercitamos novamente o vocabulário. Como a tarefa já era conhecida, o Martin rapidamente se dispôs a procurar as palavras no dicionário e anotou os significados em seu caderno de estudos. Agindo assim, espero estar criando em meus filhos uma rotina saudável de investigação do significado dos textos que vierem a estudar ao longo de suas vidas.
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